Olá, meus amores! Tudo bem com vocês? ❤
Hoje eu vim trazer a resenha do primeiro volume da duologia que sucede a trilogia “Sombra e Ossos”, já resenhada aqui. Terminei de ler os dois livros há alguns dias, e agora vocês saberão tudo o que eu achei. Espero que gostem!

Sinopse:
A OESTE DE RAVKA, ONDE GRISHAS SÃO ESCRAVIZADOS E ENVOLVIDOS EM JOGOS DE CONTRABANDISTAS E MERCADORES…
…fica Ketterdam, capital de Kerch, um lugar agitado onde tudo pode ser conseguido pelo preço certo. Nas ruas e nos becos que fervilham de traições, mercadorias ilegais e assuntos escusos entre gangues, ninguém é melhor negociador que Kaz Brekker, a trapaça em pessoa e o dono do Clube do Corvo.
Por isso, Kaz é contratado para liderar um assalto improvável e evitar que uma terrível droga caia em mãos erradas, o que poderia instaurar um caos devastador. Apenas dois desfechos são possíveis para esse roubo: uma morte dolorosa ou uma fortuna muito maior que todos os seus sonhos de riqueza.
Apostando a própria vida, o dono do Clube do Corvo monta a sua equipe de elite para a missão: a espiã conhecida como Espectro; um fugitivo perito em explosivos e com um misterioso passado de privilégios; um atirador viciado em jogos de azar; uma grisha sangradora que está muito longe de casa; e um prisioneiro que quer se vingar do amor de sua vida.
O destino do mundo está nas mãos de seis foras da lei – isso se eles sobreviverem uns aos outros.
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Avaliação: 🌟🌟🌟🌟🌟
Antes de mais nada, eu admito que critiquei pra caramba “Sombra e Ossos” nas minhas resenhas, contudo, aqui, a Leigh Bardugo se redimiu completamente. Esta duologia é simplesmente perfeita! Uma mistura incrível de La Casa de Papel com X-Man e, ainda assim, com elementos muito próprios e diferentes de qualquer outra coisa que eu já tenha lido.
Os personagens são densos, profundos, cheios de camadas que vamos descobrindo pouco a pouco. Os livros são mais longos, talvez por causa disso Leigh Bardugo não tenha pressa em nos fazer conhecê-los, o que foi um acerto. A cada ponto de vista vamos desvendando suas histórias, seus sentimentos, seus medos. As relações vão lentamente sendo estabelecidas entre eles, tanto do ponto de vista romântico, mas, mais frequentemente, no sentido de amizade, confiança, lealdade. Não é algo jogado, eles precisam superar suas desconfianças, eventualmente o passado conturbado, aprender a se importar verdadeiramente uns com os outros. Todos têm cargas emocionais pesadas, histórias difíceis e cheias de sofrimento, que geraram máculas que os acompanham agora e, algumas vezes, os acompanharão para sempre.
Os personagens fogem ao padrão normalmente encontrado por aí. É fantasia, mas representa muito bem o nosso mundo, trazendo questionamentos e reflexões extremamente relevantes. A representatividade é a maior que eu já vi num livro do gênero. Temos mulheres fortes e empoderadas, mas que não perdem a sensibilidade e as características normalmente associadas ao que é feminino; personagens IMPORTANTES de diferentes etnias e orientações sexuais, mas que fogem dos estereótipos associados a elas; e que possuem limitações físicas e intelectuais, mas que não ficam relegados a segundo plano ou se diminuem por causa disso.
Algo que eu já tinha elogiado bastante é a capacidade da autora de criar um mundo fantástico, original e extremamente bem construído. E aqui isso é explorado num nível completamente novo, afinal não estamos mais restritos a um único local como nos livros anteriores. Mantemos, sim, contato com ravkanos, mas também conhecemos a fundo personagens oriundos de diversos outros lugares do mapa. Uma coisa que já sabíamos por alto, mas agora acompanhamos em primeira mão, por exemplo, é o privilégio exercido pelos grishas em Ravka entrar em contraste com a perseguição que sofrem nos outros países: em alguns, sendo tratados como aberrações a serem exterminadas; em outros, como escravos valiosos; ou ainda, fonte de poder a ser explorada cientificamente, sem levar em conta a humanidade que possuem. E assim como acontece em X-Man, no qual os mutantes são perseguidos por causa dos seus poderes, é possível fazer uma analogia com o mundo real, em que o diferente, ou melhor, aquilo que foge ao “padrão”, muitas vezes é tratado como um mal a ser combatido, erradicado pela dita maioria. Isso é sentido, principalmente, na relação entre Nina, uma grisha sangradora (para quem não está familiarizado com o universo, é alguém com capacidade de controlar o corpo humano, podendo, entre outras coisas, fazer o coração bater mais depressa ou mais devagar) criada no Pequeno Palácio, e Mathias, um drüskelle fjerdano ou, em outras palavras, membro de uma organização que acredita receber a missão divina de livrar o mundo da “aberração grisha”.
Embora tenhamos romance, ele não rouba o foco do que realmente importa, como acontecia em “Sombra e Ossos”. O envolvimento dos casais ocorre de forma lenta, gradual, alimentando nossas expectativas e aquecendo nossos corações aos poucos, em oposição à tensão que prevalece durante a maior parte do tempo. É maravilhoso quando ocorrem os primeiros toques, os primeiros beijos, a rendição aos sentimentos, afinal esperamos e torcemos muito por isso.
Agora, falando um pouco da história em si, começamos nossa jornada em Ketterdam, capital de Kerch, acompanhando o ponto de vista de um personagem que não torna a aparecer na nossa história. Ah sim, aqui é importante falar que os livros são narrados em terceira pessoa, mas sob o ponto de vista de cada personagem, por isso nosso conhecimento fica restrito ao que ele vê, sente, pensa e sabe. Para quem leu “As Crônicas de Gelo e Fogo”, funciona da mesmíssima forma. Pois bem, nós o vemos indo até o estabelecimento de um mercador para falar com a garota que gosta, uma grisha curandeira em contrato de servidão (um nome bonitinho que usam para não dizer escravidão, já que, teoricamente, ela é proibida no país). Lá ele testemunha um experimento, em que dão algo para ela beber e depois testam seus poderes. No entanto, as coisas inesperadamente saem do controle. É um pouco confuso, mas depois percebemos que é uma cena realmente importante.
Em seguida, somos apresentados a Kaz Brekker, numa situação incrível que já nos possibilita descobrir o quanto ele é esperto, o verdadeiro cérebro da equipe que formará para realizar a missão que recebe naquela mesma noite (eu falei que a história tem um quê de La Casa de Papel, não? Pois então, ele pode ser considerado o nosso Professor): invadir a fortaleza mais segura do mundo para resgatar um cientista que criou uma droga capaz de elevar os poderes grishas a níveis inimagináveis e que, se cair em mãos erradas, pode instaurar o caos no mundo. É claro que Kaz não dá a mínima para isso, o que ele quer mesmo é a fortuna e a notoriedade prometidas caso consiga obter êxito na tarefa. Para a missão, ele se reúne a outras cinco pessoas: Inej, uma jovem habilidosa com a capacidade de entrar e sair de qualquer lugar sem ser notada, razão pela qual é chamada de Espectro, e que atua como espiã para Kaz; Jasper, um exímio atirador viciado em jogos de azar; Wylan, um especialista em explosivos que possui uma origem misteriosa; e, por fim, Nina e Mathias, já apresentados anteriormente. É quando a aventura de suas vidas tem início, pois nada sairá como o esperado e, para sobreviverem, eles precisarão aprender a confiar uns nos outros.
Gente, sério, leia esta série! É muito maravilhosa, cheia de ação, reviravoltas, surpresas e mistérios. As coisas dão errado o tempo todo, e é delicioso ver como nossos seis protagonistas fazem para se safar das roubadas nas quais se metem. E tão bom quanto acompanhar essa missão, é conhecer cada um deles. Não sei nem dizer de qual eu gosto mais, são todos muito incríveis, por isso é impossível não sofrer junto com eles e sentir uma angústia imensa quando estão em perigo. 5 estrelas e um coraçãozinho de favorito mais do que merecidos.
Confiram a resenha de “Crooked Kingdon: Vingança e Redenção”, o próximo volume da duologia, aqui.
4 comentários sobre “Resenha | Six of Crows: Sangue e Mentiras (Six of Crows #1), Leigh Bardugo”