Oi, meus amores! ❤
Voltei com a resenha do livro que encerra a trilogia “Sombra e Ossos” e, desde já, aviso que ela tem spoilers dos volumes anteriores, por isso talvez seja melhor que quem ainda não os leu volte aqui em outra hora. Confira as resenhas deles aqui.

Sinopse:
A capital está em ruínas. O Darkling governa Ravka de seu trono de sombras. O destino da nação parece estar nas mãos de uma Conjuradora do Sol enfraquecida, de um rastreador sem forças e do que resta do que outrora foi um grande exército mágico. Oculta nas profundezas de uma antiga rede de túneis e cavernas, Alina está fragilizada e deve se submeter à duvidosa proteção do Apparat e de fanáticos que a adoram como uma santa. No entanto, sua esperança está em outro lugar e seus planos exigem que ela recupere as forças para sair dali o mais rápido possível. Para isso, terá de forjar novas alianças e deixar de lado as velhas rivalidades como Maly para encontrar o último dos amplificadores de Morozova. Porém, quando começa a desvendar os segredos do Darkling, ela descobrirá um passado que vai alterar para sempre a sua compreensão do vínculo que eles compartilham. O pássaro de fogo é a única coisa que separa Ravka da destruição, mas ele pode custar à Alina o próprio futuro pelo qual ela sempre lutou.
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Avaliação: 🌟🌟🌟
Começamos este livro do ponto onde “Sol e Tormenta” terminou, com Alina enfraquecida após tentar se sacrificar para acabar com o Darkling. O Apparat aproveita-se da sua vulnerabilidade para aprisioná-la e usá-la para seus propósitos obscuros. No entanto, ela não permanecerá neste estado por muito tempo e logo dará um jeito de escapar e retornar à busca do terceiro amplificador, sua única esperança de reunir poder o suficiente para derrotar o Darkling e destruir a Dobra das Sombras de uma vez por todas; além de, é claro, ir atrás dos possíveis sobreviventes do ataque a Os Alta.
O início eu achei um pouco maçante, mas depois da fuga a história volta a ganhar um ritmo empolgante. Entretanto, novamente, esbarramos no problema do romance, que, sinceramente, era melhor nem ter. E isso continua a me surpreender, porque é algo que eu costumo amar na maioria dos livros. Quem me acompanha sabe que é o gênero que eu mais leio, mas nesta série, especificamente, eu esperava foco maior em outras coisas, por isso não gostei do rumo que tudo tomou. Quem leu as resenhas anteriores viu o quanto eu critiquei o Maly, mas confesso que comecei a gostar dele aqui, o que me levou a ver que, na verdade, o problema não era ele, e sim a Alina. O Maly conseguiu me convencer dos sentimentos que tinha por ela e que, apesar disso, estava disposto a se sacrificar para que a Conjuradora do Sol pudesse crescer e se tornar o que estava destinada a ser. No entanto, ela só sabe se lamentar por tudo o que teve que deixar para trás. Alina deseja, sim, ficar mais forte, mas dá para ver que não é o mais importante para ela, o que move verdadeiramente o seu coração. E isso me decepcionou num nível absurdo, porque realmente acreditava que Alina tinha um potencial que foi desperdiçado desde o começo.
Outra coisa que desde o primeiro livro eu considerei um erro foi a mudança de 360º que o Darkling sofreu. Acho que teria sido muito mais interessante se ele tivesse se mantido com um lado bom, um lado que balançasse um pouco a gente e fizesse com que, ao menos, entendêssemos o que ele quer, mas a verdade é que se tornou alguém tão abominável que não dá para fazer nada, exceto odiá-lo. Profundamente. Em duas ocasiões, uma no meio e outra perto do final, é até possível vislumbrar um pouco de humanidade, mas não é suficiente para realmente fazer a gente torcer, mesmo que só um pouquinho, por ele.
Agora uma coisa que considerei interessante foi a crítica que a autora fez ao fanatismo religioso. Ela faz uma referência interessante à forma como os santos surgiam na Idade Média. Meu conhecimento a respeito é limitado, mas me lembro de algo parecido nos livros de Bernard Cornwell (Crônicas Saxônicas), onde, por exemplo, ossos e outras partes do corpo dos santos eram considerados relíquias sagradas capazes de operar milagres. Todavia, diferente da forma engraçada e irônica que Bernard Cornwell trabalha, Leigh Bardugo coloca o elemento de forma séria, para incomodar mesmo. Aqueles movidos por uma fé cega tornam-se facilmente em objeto de escárnio, mas também em uma arma poderosa, já que são capazes de fazer qualquer coisa e de realizar qualquer sacrifício em nome daquilo que acreditam. Incontáveis barbaridades foram cometidas sob esta justificativa, e a autora trabalhou bem este aspecto na série.
Eu preciso confessar que a trilogia “Sombra e Ossos” tem uma história consistente e que o desfecho condiz com toda a trajetória, mas é muito corrido e eu não gostei dele. Vi muita gente falando que achou previsível, mas para mim foi bastante inesperado. Aliás, neste livro temos muitas revelações interessantes e diversas surpresas nos aguardam. Não acreditava que realmente fosse tomar aquele rumo, foi uma quebra grande de expectativa. Verdadeiro significado de “final agridoce”. No geral, acho que foi uma leitura válida, sobretudo pela boa construção do universo; pela escrita, que é deliciosa; e por ter conhecido personagens interessantes, como o Darkling e Nikolai. Ainda assim, eu esperava mais e torço para que as próximas séries sejam realmente melhores do que essa.
3 comentários sobre “Resenha | Ruína e Ascensão (Sombra e Ossos #3), Leigh Bardugo”