
Sinopse:
Cheia de segredos, misteriosa, linda – e armada até os dentes. Como ela pode estar em perigo?
Em uma mansão deserta com uma passagem secreta, uma dama está à procura de alguma coisa. Mas o quê? Gerald quer descobrir. Mas ela não irá lhe dizer. Está determinada a jogar esse jogo de maneira solitária e se recusa a ser resgatada.
Quem é ela? Por que se disfarça de freira? Qual é sua conexão com o emigrado Valade? Será que Gerald irá descobrir a verdade antes que a dama seja morta?
Aventura, intriga e mistério em um jogo muito perigoso, onde o que está em xeque são seus corações.
Avaliação: 🌟🌟🌟🌟🌟
A sinopse de “Uma Dama Perigosa” é do tipo que me deixa alucinada para ler um livro. É vaga e dá poucas pistas da história em si, mas desperta curiosidade ao colocar perguntas que só serão respondidas ao longo da leitura. E o mais legal é que todo esse clima de mistério é levado pra trama, nós não sabemos bem o que está acontecendo. A identidade da mocinha, inclusive, permanece uma incógnita ao longo de boa parte do livro. Nós a acompanhamos ao longo da narrativa, mas não sabemos exatamente quais são suas motivações e propósitos, nem o que é verdade e o que é mentira nas coisas que diz. Eu achei isso delicioso.
E sabe o que mais é delicioso? As trocas de farpas entre nossa mocinha misteriosa e Gerard. Nossa, que delícia de casal! E olha que o romance em si não é o foco principal da história (ah sim, aqui é importante falar que não se deve ler esperando muitas interações românticas. Temos alguns beijos, sim, mas não ocorrem com tanta frequência e nunca se passa disso), mas é impossível não shipar esses dois malucos. Ela está em busca de… Bem, alguma coisa que não vou dizer o que é para não estragar a surpresa e, por isso, se mete numa sucessão de encrencas, e a Gerard cabe o papel de ajudá-la a sair dessas roubadas (mesmo que seja o responsável por algumas delas). O problema é que ela não quer ajuda e se recusa a ter qualquer diálogo com ele. No entanto, se nossa mocinha é teimosa, Gerard é tão obstinado quanto e se recusa a arredar o pé até descobrir quem ela é e por que está fazendo tudo aquilo. Eu ri muito ao longo da leitura, nunca vi um mocinho ser ameaçado de morte tantas vezes, coitado… Ou não! No fundo, ele gosta deste joguinho que acaba com todo o tédio em que sua vida havia se transformado desde que saíra do exército.
“Uma Dama Perigosa” se passa em plena época de Revolução Francesa. Isso não é dito diretamente, mas em certa passagem é relatado que a Bastilha caiu há poucos meses e que havia preocupação com a segurança da família real (justificadamente, afinal sabemos que, de fato, Luiz XVI e Maria Antonieta perderam a cabeça alguns anos depois). Isso é importante porque não sabemos se nossa mocinha é francesa ou inglesa, como afirma ser. E a segurança das famílias nobres daquele país estava em risco, o que é mostrado bastante ao longo da história. Como a sinopse disse, nossa heroína está correndo um perigo real, e tudo tem a ver com a turbulência pela qual a França está passando. Não vou dizer mais do que isso.
Gostei pra caramba dos personagens secundários também, sobretudo do capitão Roding, melhor amigo de Gerard, e de sua noiva, Lucilla. É realmente uma pena que “Uma Dama Perigosa” seja um livro único, porque eu adoraria ler a história desses dois. Eles são completamente apaixonados um pelo outro, mas a cabeça da relação é definitivamente Lucilla, que sabe controlar direitinho o seu capitão. Suas interações são tão divertidas quanto as do casal principal. E pelo que andei pesquisando, essas heroínas fortes e independentes são uma marca registrada da Elizabeth Bailey, e ela merece os parabéns por isso. Torço muito para que mais livros da autora venham pro Brasil, com certeza leria todos. São diferentes dos romances de época tradicionais e merecem conquistar um espaço entre os leitores que curtem histórias cheias de aventura e/ou com menos conteúdo sexual, mas ainda assim apaixonantes, envolventes e incríveis.
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