
Sinopse:
Cindy Schultz tem a vida dos sonhos de muitas jovens da alta sociedade europeia: além de rica, ela é bela e aclamada por plateias repletas de admiradores.
Porém, o sonho logo se transforma em pesadelo para a bailarina, quando, durante uma apresentação no maior teatro de Amsterdã, seu padrasto invade o palco com uma tropa, fazendo uma revelação que mudará sua forma de ver o mundo.
De início, ela duvida, acreditando que aquilo não passa de um plano macabro para lhe roubar a herança.
Ao chegar a Auschwitz, campo de concentração para onde é enviada, ela percebe que os horrores da guerra não combinam em nada com a magia dos contos de fadas e fábulas que sua tia Margot lia quando ela era criança.
É para reencontrar essa tia que Cindy busca forças todos os dias para sobreviver às torturas dos nazistas, assim como para finalmente descobrir se o segredo revelado pelo padrasto é verdadeiro e, se sim, por que sua falecida mãe nunca lhe contou.
Ao longo dessa caminhada pela sobrevivência, ela conhece a mais pura amizade, e um sentimento novo, até então desconhecido para a bailarina, é desperto em seu coração.
Mas é possível encontrar o seu “felizes para sempre” em meio à guerra?
Avaliação: 🌟🌟🌟🌟🌟
Já faz algum tempo que eu sou uma das leitoras betas da Katherine Salles, mas fiquei especialmente feliz em ler este, que é o primeiro livro, ou melhor, novela de época, escrito neste período. Não é segredo nenhum para quem acompanha o blog que esse é um dos meus gêneros favoritos no mundo inteiro.
Antes de mais nada, é preciso dizer que “A Bailarina de Auschwitz” é uma história mais suave do que algumas retratadas no mesmo período, mas nem por isso se deve cair no engano de achar que é uma leitura fácil. Ainda estamos no maior campo de concentração nazista, e isso é mostrado com muito realismo, com toda a dor e sofrimento que estar ali ocasionava. A diferença é que aqui nos é permitido ter um pouquinho de esperança de que esse não seja o fim de Cindy.
A história é inspirada no livro “A Princesinha” de Frances Hodgson Burnett e na adaptação dele para filme. E, embora seja impossível comparar a dimensão do sofrimento das personagens, afinal um internato, por pior que seja, não pode ser equiparado a um campo de concentração, as duas obras têm em comum o fato de suas protagonistas passarem pelas maiores adversidades sem perderem a capacidade de sonhar com dias melhores.
Durante a leitura, conseguimos perceber com muita clareza o contraste entre a vida de Cindy antes e depois de seu envio para Auschwitz. De princesa do ballet, uma jovem linda, mimada e amada por todos, a uma pária, considerada menos do que um ser humano ao ter sua ascendência judia revelada; embora, apenas nas últimas páginas, descubramos se esta informação é verdadeira ou apenas um subterfúgio usado pelo padrasto para se livrar dela e se apossar da sua herança. Contudo, mesmo vivendo num lugar que mais se assemelha ao inferno, ela será consolada pela amizade de garotas que compartilham de sua triste realidade, especialmente por Sarah, que conserva um inesperado otimismo que contagia aqueles ao seu redor; e por um amor nascido em meio à dor. Uma história curta, para ser lida em poucas horas, mas que definitivamente toca nosso coração.
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