Resenha | Blade: Os Vilões Também Amam (Duologia Criminosos #1), Mari Sillva

Sinopse:

Blade é um homem sem medo. O típico vilão das histórias que os pais contam aos seus filhos à noite, parece até personagem de filme de terror. Sexy e misterioso, irresistível. De má índole, carrega consigo o legado de ser o último dos Maldonado, maior família de ladrões de todos os tempos. Cruel por natureza, assim como todos da sua equipe de ladrões de banco e cassinos de Las Vegas conhecida como “Os Homens Sem Medo”; juntos, roubaram bilhões. Perdeu os pais ainda muito pequeno, quando foram covardemente assassinados em uma emboscada da Polícia, fuzilados mesmo depois de rendidos.

Jesse Carter largou o sonho de ser fotógrafa para seguir a carreira do pai, um grande policial condecorado várias vezes e muito respeitado dentro da corporação por ser o responsável pela emboscada que prendeu dois grandes nomes do mundo do crime. O problema é que a jovem não leva nenhum jeito para a coisa, mal sabe segurar uma arma. O caminho dela irá cruzar com o de alguém que vai lhe mostrar que nem sempre as coisas são o que parecem, e saber que, às vezes, a única diferença de um “vilão” para o “mocinho” é a cobertura da mídia.

Avaliação: 🌟🌟🌟

Eu ganhei esse livro num sorteio e comecei a ler em janeiro, mas como minha lista de leitura estava enorme, acabei passando vários na frente e só agora voltei com tudo pra história. Sou apaixonada por romances com plot policial, e a Mari Sillva soube trabalhar muito bem essa parte. Blade é um personagem muito interessante, e eu gostei bastante de acompanhar sua saga em busca de vingança contra os policiais que assassinaram seus pais. As cenas em que Os Homens Sem Medo entravam em ação, ou mesmo ele sozinho, foram muito bem escritas e captaram minha atenção. Contudo, eu tenho muitas ressalvas em relação à história.

A escrita da autora é muito gostosa de ler e, além disso, tinha um elemento que costuma me prender bastante: mocinha traumatizada. Jesse, no caso, pelo pai violento e que vive para destruir sua autoestima e qualquer confiança que tenha em si mesma. Por causa disso, eu até consegui relevar a fragilidade extrema dela, o modo como perdoa qualquer coisa e aceita qualquer migalha de carinho e atenção dos outros. Acredito que isso deve ser mesmo um sintoma comum de alguém que passou pelo que Jesse passou. O que não dá pra relevar é a forma como o Blade a trata, o jeito grosso e até violento em alguns momentos. Embora não chegue à agressão física, pegar no braço com força, gritar e humilhá-la também configuram abuso. Mesmo ele sendo um vilão e não um exemplo de cavalheirismo, passou muito da conta. Ao menos a mulher que ama, ele deveria tratar com respeito. Isso mudou apenas perto do final, mas ainda assim não sei se foi o suficiente.

Gosto muito da família do Blade também, acho que é um dos melhores elementos da narrativa. São bandidos, mas a forma como são unidos é muito bonita, principalmente o sentimento que têm por Bobbi, o membro mais novo. É até engraçado como superprotegem o garoto, me fez rir várias vezes. A história de Estevão e Nayla também me agradou bastante.

É notável que a autora teve a preocupação de pesquisar muitas coisas, principalmente no que diz respeito a armas, marcas de roupas, decoração etc, entretanto faltou esse mesmo cuidado em relação à cultura americana. Talvez, se o livro se passasse no Brasil, fosse ainda melhor. Alguns erros aparentes foram:

  • Bobby, o irmão de Blade, se formar em direito aos 22 anos de idade, quando nos Estados Unidos direito é um curso de pós-graduação que dura três anos. Considerando que usualmente se formam aos 18 no ensino médio e aos 22 na faculdade, para ser coerente, ele teria que ter mais ou menos 25 anos. Isso sem contar que ele estuda em Harvard, costa leste americana, e o Blade, que estava em Los Angeles, costa oeste, comparece à sua formatura como se estivesse na mesma cidade. Outro questionamento é o motivo de ele estudar com bolsa se todos os membros da família são ricos, considerando que nem Harvard, nem qualquer uma das Ivies concede bolsa por mérito, apenas por necessidade.
  • A Jesse mencionar que come coxinha quando isso não é algo que, por tradição, os americanos consumam.
  • A Jesse trabalhar no FBI e ganhar mal, assim como seu pai. Além do mais, fica aparente que ela confunde FBI com a polícia normal.

Outra coisa que é importante falar é que o livro precisa de uma nova revisão, mesmo a versão física, que é a que eu li. Acho que isso melhoraria bastante a qualidade da leitura.

Ah sim, preciso falar sobre o final, que é bem bombástico e desperta a curiosidade para o próximo. Eu já comecei a lê-lo e, pelo que estou percebendo, os personagens estão muito diferentes, principalmente a Jesse, que está mais forte e interessante. Blade também voltou mudado, acredito que esta segunda parte será melhor e compensará algumas das falhas da primeira. Vamos ver…

“Blade: Os Vilões Também Amam” está disponível em versão física na editora Pandorga e em e-book na Amazon: https://amzn.to/2XZBGkj.

P. S.: a resenha do segundo livro já foi postada, confiram aqui.

3 comentários sobre “Resenha | Blade: Os Vilões Também Amam (Duologia Criminosos #1), Mari Sillva

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