Olá, voltei com uma nova resenha, um pouco mais rápido dessa vez, mas não tanto quanto deveria, já que estou participando da leitura coletiva desse livro desde o finalzinho de janeiro. Mas como diz o ditado: Antes tarde do que nunca!
Acho que já vai parecer puxa-saquismo, mas eu venho tendo sorte em só ler livros lindos de morrer. Vejam se eu não tenho razão sobre este hino de capa:

Sinopse:
Uma jovem abandonada. Um casamento arranjado. Uma decisão extrema tomada num momento de desespero. Assim nasce um império!
Bem-vinda à Boaventura. Vizinho a um Brasil que acaba de se tornar independente de Portugal, Boaventura é um império diferente, que tem uma estrutura social matriarcal e uma realidade cultural riquíssima. Aqui não faltam jovens casadouros, moças intrépidas e galanteadoras e patronos preocupados com a virtude de seus jovens rebentos.
É neste cenário que Eli, a moça solteira mais cobiçada do Reino, é acusada de desonrar o jovem príncipe Francis. Forçada a casar para limpar a reputação do rapaz, Eli recebe a ajuda da detetive Ace para descobrir quem está por trás da trama que comprometeu seu nome neste escândalo real.
Intrigas palacianas, segredos de família, paixões secretas e revoluções agitam este romance totalmente diferente de tudo o que você já leu. Num cenário apaixonante, construído com riqueza de detalhes, A. Alevato conduz um enredo espetacular até o clímax absolutamente surpreendente. Tome assento nesta carruagem. A viagem vai começar!
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐
Eu me interessei por este livro desde que a autora me falou sobre a premissa dele. Fiquei intrigada em saber como funcionaria um reino com os papéis de homens e mulheres invertidos (papéis usualmente atribuídos a determinado gênero, quero dizer) e esperei até sentir um gostinho de vingança após sofrer vendo a imposição masculina sobre nós, mulheres, durante tanto tempo. No entanto, não foi isso o que aconteceu e logo no início eu já estava indignada com toda a misandria mostrada ali, sobretudo através dos pensamentos da condessa. Foi uma boa reflexão sobre como a igualdade entre os gêneros, sem ignorar as diferenças fisiológicas e emocionais entre eles, é realmente necessária; e que a inversão nos papéis de dominação seria tão ruim quanto o que temos hoje (embora em menor grau do que na época retratada no livro).
A história é muito interessante e me prendeu desde o começo, com o breve relato sobre a vida de Julienne Couvier e a forma como o reino de Boaventura foi fundado, embora tudo tenha sido um pouco trágico e rápido demais a meu ver, mas entendo que era necessário que as coisas acontecessem daquela forma para dar o pontapé inicial nos acontecimentos de 33 anos depois, que são o foco do livro.
O fio que conduz boa parte da narrativa é o mistério sobre o que realmente aconteceu com Eli Casteloforte na noite em que ela passou fora de casa e voltou com um lapso de memória, quando o príncipe alega que a jovem passou a noite com ele e o desonrou, forçando-a assim a um noivado indesejado. A história é um tanto nebulosa, por isso a condessa contrata Ace (Ana Carolina Esposito), uma eficiente repórter-investigativa, para descobrir o que realmente aconteceu. E, embora o culpado esteja bem na cara, nem tudo é tão simples quanto parece, e algo muito maior se esconde nas sombras, então aguardem grandes reviravoltas.
Para complicar um pouco as coisas, Ace ainda acaba se envolvendo com Felipe, o sedutor e proibido filho da condessa, que se interessa pela bela ruiva assim que bota os olhos nela. O “relacionamento” entre eles, embora não seja o foco da trama, conferiu certa sensualidade a ela, o que me agradou bastante e tornou a leitura ainda mais gostosa. Aqui cabe um destaque ao fato de que o padrão em Belaventura é a beleza negra, já que a maior parte do povo é formada por descendentes de escravos libertos por Julienne. Eu achei maravilhoso esse detalhe.
Ah sim, não posso deixar de falar que é muito importante a leitura da apresentação do livro, que é tão incrível quanto a história em si e aumenta em muito a expectativa quanto ao que acontece nas páginas seguintes.
Acho que “Prata Pura” tem todos os ingredientes para encantar e envolver o leitor, o que é tudo o que eu busco num livro, por isso deixo minha recomendação aqui. É um romance curto que pode ser lido em poucas horas, um plus para quem tem pouco tempo e mesmo assim não abre mão do prazer de ler.
Disponível em e-book na Amazon: https://amzn.to/2H7pAQK e em versão física na editora Portal.
4 comentários sobre “Resenha: Prata Pura, A. Alevato”